Os hábitos de vida são artefatos que carregamos conosco há tempos e sabemos que quando desejamos realizar a mudança de um determinado hábito, precisamos ter um processo permanente de consciência nas atitudes e comportamentos do dia a dia.
Considerando essa premissa, um dos fenômenos que mais assusta quem está vivenciando esse movimento na vida atualmente ou está programando mudar um hábito se materializa em uma pergunta-chave: como lidar com as recaídas dos hábitos antigos no cotidiano?
Em um primeiro momento, devemos conceber que, de fato, a recaída de hábitos antigos que estamos tentando mudar consiste em uma ocorrência totalmente natural dentro dos vieses da psicologia e neurociência do hábito. Esse pensamento de argumentação não é uma mera desculpa para si próprio, mas sim, uma reflexão sobre a necessidade de compreendermos que, por vezes, temos um hábito praticado durante 20, 30 anos e o comportamento humano está muito arraigado a realizá-lo.
Nesse sentido, nossa mente, corpo e emoções apresentam “códigos de acesso”, isto é, pequeninos hábitos agrupados que compõem um hábito em si e que já foram ativados inúmeras vezes para fazermos aquela ação de forma inconsciente. A “armadilha” é essa mesma: quando percebemos, ih, pronto, repetimos aquela ação que queremos combater ou interromper.
Seguindo nessa rota de pensamento, o evento da recaída em si deve ser encarado com autocontrole, aprendizado e ressignificação, fomentando a inspiração e estimulação a termos um engajamento ainda maior com o hábito novo que estamos criando, independentemente, da área da vida (saúde, financeiro, autoconhecimento, profissional, coaching). Se nos basearmos nos preceitos do mindfulness (atenção plena) e compaixão, e tornarmos a experiência da recaída maior do que ela é realmente, deixamos nos contaminar pelos pensamentos e comportamentos negativos, e podemos colocar a perder todo o caminho que estamos trilhando.
Complementando esse viés da realidade, outro aspecto que precisamos exercitar para lidar de forma positiva com as recaídas de hábitos, se caracteriza na observação e planejamento da mudança em si. Se muitas recaídas estão ocorrendo, é um sinal de alerta ligado para que façamos ajustes no processo da mudança de hábito, visando torná-la mais viável e funcional pra nós.
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